FORMADOS E DESEMPREGADOS: PERSONAS ON LINE
Hoje, 28-03-2014, no jornal Bom Dia Brasil, houve o destaque para um relatório divulgado na Europa nesta semana. Houve um “aumento no número de jovens europeus que ainda não saiu da casa dos pais. Segundo o estudo, quase metade mora com a família até os 29 anos.”* Na Itália, por exemplo, o número mudou de 70 para 80% quanto aos jovens que ainda “moram com os pais.” Esse aumento foi verificado ainda em países como a França, a Grécia e a Espanha. Na reportagem, é dito que o problema “não se restringe aos recém-formados.”*
O problema não se limita à Europa e nem seria simplesmente um prolongamento da crise que começou em 2008. É mais grave. É enfatizado ainda, na reportagem, que “os jovens acessam a informação [mas existe] pouca oferta de emprego.”*
Isso significa: jovens com cursos superiores, qualificados para um mercado que não oferece emprego em número suficiente. Ou seja, o mercado não precisa de uma mão-de-obra formada e qualificada!!
Antes, era ensinado ao jovem que ele deveria estudar em uma boa faculdade e que depois de formado, arrumaria um emprego com um alto salário, compraria o seu apartamento, casaria e teria filhos. Isso tornou-se uma lenda.
Na pesquisa desta semana, foi dito que os bancos não emprestam dinheiro para os jovens. Sem condições de fazer um financiamento, eles não podem comprar as próprias casas. O resultado é continuar morando com os pais.
No entanto, existe uma diferença com essa geração. Ter um curso superior, ser qualificado e acessar as informações, obviamente, dão aos jovens um estranho poder de escolha: ser rejeitado pela realidade ou ser aceito e conviver com os seus pares no mundo “virtual”. Não é por acaso que é dito que os jovens não saem dos seus quartos nem da frente dos computadores. Dizem isso como se a culpa fosse dos jovens, mas acontece o oposto: eles, mesmo cumprindo as regras, não são aceitos pela sociedade “real”.
Os jovens criam “personas on line” em websites como Tumblr, Twitter ou Facebook. Podem ser admirados e até possuir seguidores. As crises emocionais (afinal, a realidade pode ser virtual, mas eles são seres humanos) nem sempre são resolvidas de uma maneira tradicional, como buscar ajuda num consultório de um médico.
Os conselhos aparecem junto com as críticas e os elogios na “vida on line”. Isso quer dizer que existem riscos de suicídio, loucura, automutilação, entre outros problemas.
Esses jovens odeiam estudar. A causa não seria só o constrangimento que todo indivíduo passa ao sair do lar e ter que conviver num espaço coletivo com estranhos. Eles, atualmente, contam também com a argumentação razoável de que não resolveria estudar (e seguir todas as outras regras) porque as pessoas que fizeram isso, como demonstrou mais esta pesquisa, não realizaram os seus objetivos, estão desempregadas e ainda moram com os pais.
(*) Bom Dia Brasil. Relatório Internacional revela dificuldade financeira dos jovens. 28-03-2014. http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/relatorio-internacional-revela-dificuldade-financeira-dos-jovens/3244418/
Hoje, 28-03-2014, no jornal Bom Dia Brasil, houve o destaque para um relatório divulgado na Europa nesta semana. Houve um “aumento no número de jovens europeus que ainda não saiu da casa dos pais. Segundo o estudo, quase metade mora com a família até os 29 anos.”* Na Itália, por exemplo, o número mudou de 70 para 80% quanto aos jovens que ainda “moram com os pais.” Esse aumento foi verificado ainda em países como a França, a Grécia e a Espanha. Na reportagem, é dito que o problema “não se restringe aos recém-formados.”*
O problema não se limita à Europa e nem seria simplesmente um prolongamento da crise que começou em 2008. É mais grave. É enfatizado ainda, na reportagem, que “os jovens acessam a informação [mas existe] pouca oferta de emprego.”*
Isso significa: jovens com cursos superiores, qualificados para um mercado que não oferece emprego em número suficiente. Ou seja, o mercado não precisa de uma mão-de-obra formada e qualificada!!
Antes, era ensinado ao jovem que ele deveria estudar em uma boa faculdade e que depois de formado, arrumaria um emprego com um alto salário, compraria o seu apartamento, casaria e teria filhos. Isso tornou-se uma lenda.
Na pesquisa desta semana, foi dito que os bancos não emprestam dinheiro para os jovens. Sem condições de fazer um financiamento, eles não podem comprar as próprias casas. O resultado é continuar morando com os pais.
No entanto, existe uma diferença com essa geração. Ter um curso superior, ser qualificado e acessar as informações, obviamente, dão aos jovens um estranho poder de escolha: ser rejeitado pela realidade ou ser aceito e conviver com os seus pares no mundo “virtual”. Não é por acaso que é dito que os jovens não saem dos seus quartos nem da frente dos computadores. Dizem isso como se a culpa fosse dos jovens, mas acontece o oposto: eles, mesmo cumprindo as regras, não são aceitos pela sociedade “real”.
Os jovens criam “personas on line” em websites como Tumblr, Twitter ou Facebook. Podem ser admirados e até possuir seguidores. As crises emocionais (afinal, a realidade pode ser virtual, mas eles são seres humanos) nem sempre são resolvidas de uma maneira tradicional, como buscar ajuda num consultório de um médico.
Os conselhos aparecem junto com as críticas e os elogios na “vida on line”. Isso quer dizer que existem riscos de suicídio, loucura, automutilação, entre outros problemas.
Esses jovens odeiam estudar. A causa não seria só o constrangimento que todo indivíduo passa ao sair do lar e ter que conviver num espaço coletivo com estranhos. Eles, atualmente, contam também com a argumentação razoável de que não resolveria estudar (e seguir todas as outras regras) porque as pessoas que fizeram isso, como demonstrou mais esta pesquisa, não realizaram os seus objetivos, estão desempregadas e ainda moram com os pais.
(*) Bom Dia Brasil. Relatório Internacional revela dificuldade financeira dos jovens. 28-03-2014. http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/relatorio-internacional-revela-dificuldade-financeira-dos-jovens/3244418/